Depois da Liga, Sindicato quer compromisso do Governo e FPF na luta contra a suspeição
Joaquim Evangelista quer medidas concretas para travar o clima de suspeição em torno dos jogadores e do futebol português. Ronda negocial começou na Liga, no Porto, e continua esta terça-feira, em Lisboa, com um debate na Assembleia da República
03.04.2018 às 12h00

Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores
Mário Cruz
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Depois da reunião de segunda-feira, no Porto, entre os presidentes do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, e da Liga Portugal, Pedro Proença, a luta contra o clima de suspeição no futebol português continua, esta terça-feira, em Lisboa, junto da FPF e da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD).
Tal como sucedeu no Porto, as reuniões em Lisboa também contarão com a presença de capitães de equipas do sul, inconformados com o clima de suspeição em torno do eventual aliciamento de jogadores para minar a verdade desportiva.
Na reunião solicitada pelo Sindicato dos Jogadores, compareceram, segunda-feira, sete capitais de equipa, tendo reiterado o seu repúdio pela vaga de suspeitas que tem “afetado a honra, a conduta e a integridade desportiva de vários futebolistas nas passadas semanas”, refere o Sindicato.
Entre os presentes no encontro com Pedro Proença estiveram Wilson Eduardo (SC Braga), Ricardo (FC Paços de Ferreira), Henrique (Boavista FC), Nélson Lenho (CD Aves) e Tarantini (Rio Ave FC), em representação da Liga Nos. Os porta-vozes da Leadman Liga Pro foram Bruno China (Leixões SC) e Luís Dias (FC Penafiel).
"É um problema que afeta o homem por trás do jogador”
No encontro, o Sindicato propôs à Liga um conjunto de medidas com vista à erradicação do clima de desconfiança no futebol profissional português, designadamente de caráter educativo, regulamentar e legislativo, que pretende que sejam adotadas com a maior brevidade. As medidas reivindicadas só serão, contudo, divulgadas após as reuniões marcadas para esta terça-feira entre o Sindicato dos Jogadores e a FPF e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD).
A Liga, através de Pedro Proença, manifestou-se solidária com a posição dos jogadores e disponibilizou-se a tudo fazer para proteger a imagem do futebol profissional português e dos jogadores que atuam nas duas competições. Segundo Tarantini, capitão do Rio Ave, a mensagem transmitida aos responsáveis da Liga foi clara: “Respeitem-nos pela profissão que temos”.
Enquanto Ricardo, do Paços de Ferreira, confessou a existência “de um grande desconforto” por verem constantemente o “bom nome dos jogadores posto em causa”, diz. “É um problema que afeta o homem por trás do jogador”, alertou ainda Ricardo.
Também esta terça-feira, na Assembleia da República, decorre a conferência "Violência no Desporto", com os presidentes do Benfica e do Sporting e de vários organismos ligados ao futebol presentes.
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