Porque "nunca tive muita paciência", diz às tantas João Peixe, formado no Benfica e uma das maiores promessas do futebol português que não atingiu o ponto de rebuçado talvez por causa da impaciência. Como daquela vez em que meteu na cabeça que tinha de ir para Inglaterra e deixou o Estrela da Amadora para trás mudando provavelmente o curso da carreira. A alcunha dele era Traimão: um peixe que dá choque.
Há quem se lembre dele do Benfica, onde foi treinado por Fernando Santos, Camacho e Jesus. Mas a carreira de Miguel Vítor estacionou em Israel, onde ganhou mais títulos e onde se diz feliz. Já se habituou a ver homens com a metralhadora às costas a fazer compras em lojas ou a esconder a arma debaixo da espreguiçadeira para ir dar um mergulho
José Sousa sonhou ser economista e garante que nunca sentiu paixão clubística ou amor a camisola, e admite que nunca gostou de ser lateral-direito. O que ele gostava era de ser guarda-redes, como o seu ídolo belga, e depois avançado, onde chegou a jogar antes de chegar a senior. Nesta entrevista, este exímio contador de histórias conta como engendrou várias partidas - aquelas em que deixou sujas as mãos de Marinho Peres, ou provocou uma alergia a Cândido Costa - e como anotou num livrinho todas as calinadas de Jorge Jesus, um treinador com o qual não se deu particularmente bem
O momento em que o pai faleceu, foi o momento em que Josué cortou definitivamente os laços com a família, com os irmãos e a mãe. Talvez por isso, diz o jogador, se tenha excedido e portado mal com quem só queria o seu bem, na formação do FC Porto. Esta é a história de alguém que cresceu "sem a balança familiar", que construiu uma família e que se tornou cético pelo caminho quando a morte levou o pai e o sogro: "Deus não me ajudou nesses casos". Uma entrevista reveladora
Dentro de campo, Idalécio nunca passou despercebido: era grande, muito grande, 1,96m num corpo maciço. Chegou a jogar na Liga Europa, mas várias circunstâncias e equívocos deixaram-no sem casa, a aceitar 500 euros por mês em clubes de IIB e com uma família para suportar. Deixou o futebol, Portugal e seguiu para Londres onde arranjou empregos que os ingleses não querem. Um dia, um português reconheceu-o e a vida melhorou
Numa rara entrevista, Ricardo Carvalho faz uma viagem pela sua carreira, desde os primeiros anos no FC Porto, dos quais recorda a elegância de Aloísio e os ensinamentos de Jorge Costa, até à relação com Mourinho e os anos no Chelsea, onde se afirmou definitivamente como um dos melhores centrais do mundo
O fim desta história foi feliz, como outras de outros talentos que passaram pelas mãos de Leonel Pontes. Nesta entrevista de vida cabem figuras e episódios como o indomável Quaresma, João Moutinho, Ricardo Carvalho, os berros de Derlei ou a liderança carismática de Paulo Bento. E também alguns presidentes de clubes, uns que o trataram bem, outros nem por isso
No Rio Ave, Ukra batizou-o de "o anão mais gigante do mundo" e apesar de Pedro Santos não ter brilhado muito em Portugal, onde jogou em clubes como Sporting, V. Setúbal, Rio Ave e SC Braga, conseguiu destacar-se do outro lado do Atlântico e tornar-se uma peça fundamental na equipa de Columbus Crew. No final de 2020, o extremo esquerdo sagrou-se campeão da liga norte-americana de futebol (MLS), mas o azar bateu-lhe à porta e teve de assistir ao último jogo em casa, sem poder festejar com os colegas a conquista do título, por estar infetado com covid-19
César Brito não é de dar muitas entrevistas, pelo que esta é um documento raro em que o antigo avançado abre o jogo sobre a carreira e a vida: os colegas no Benfica, aquele mítico encontro nas Antas, a caça e a filha que perdeu num acidente de viação. Uma conversa de agosto de 2020 aqui republicada no último dia do ano
Dani é um contador de histórias desassombrado, que assume o que fez e que rejeita a ideia de ter desperdiçado o talento inato com que nasceu. Diz que viveu a vida como e quando e com quem quis, mesmo que os treinadores não tenham gostado. O artigo mais lido de 2020 é uma entrevista irreverente publicada em 2017. E é imperdível
Santamaria foi um talento precoce no Sporting, mas a carreira não seguiu os caminhos que todos esperavam. Uma história de vida comovente de um homem corajoso que tudo fez para ter a família que hoje tem. Um dos momentos de 2020 da Tribuna Expresso
Diogo Luís era um miúdo quando pediu ao pai para ser jogador. Cumpriu o sonho de se tornar profissional pelo clube do coração, o Benfica e foi pela mão de José Mourinho que se estreou na equipa principal. Mas houve uma altura em que perdeu a paixão pelo futebol e concluiu o plano B, o curso de Economia na Universidade Nova. Esta é uma das melhores entrevistas de 2020
E assim foi: no dia seguinte à derrota com o Casino de Salzburgo, “o resultado mais injusto” que Manuel Fernandes viu durante a sua vida, o presidente do Sporting chamou o incrédulo Bobby Robson e despediu-o. Este é apenas um dos episódios que o antigo ponta de lança leonino conta nesta segunda parte da entrevista, inteiramente dedicada à carreira de treinador que terminou, para ele, quando não quis jogar o jogo das comissões
Criado pelas irmãs, Manuel Fernandes acabou por cumprir o sonho da mãe, e que se tornou o seu também: jogar futebol no Sporting. Esteve com um pé no FC Porto, fez a tropa, foi ao México, em 1986, apenas para passear e saiu de Alvalade com a mágoa de não poder terminar a carreira no clube do coração. No domingo, segue-se a 2ª parte desta entrevista, na pele de treinador
Quando finalmente chegou à I Liga, aos 26 anos, com o Belenenses, João Meira decidiu partir para os EUA, para jogar nos Chicago Fire, onde diz que viveu uma vida de estrela de cinema. Passou por Noruega e Roménia, esteve com um pé em Espanha e quase cumpriu o sonho de jogar em Itália, mas, ao longo do percurso, acabou muitas vezes a treinar sozinho ou com um PT para não perder a forma física e o comboio do futebol. Chegou a estar castigado por doping, foi roubado e quase partiu a mão por causa da Playstation
À beira de completar 54 anos, último de oito irmãos, Litos recorda um percurso que se inicia com o sonho de criança de ser cowboy, mas que começa a ganhar corpo como jogador no Sporting, aos 15 anos. Fala do preço que pagou pela sua frontalidade, confessa que o maior arrependimento foi ter saído do clube do coração com medo de um processo disciplinar, revela histórias que envolvem Figo, Manuel José, Cajuda, Oceano e viagens de autocarro de mais de 11 horas em África e explica por que razão era conhecido por "pipi"
As peripécias do treinador Guilherme Farinha pelo mundo incluem armas, rajadas de metralhadora, jogadores que se vendem por tuta e meia, passaportes roubados e retidos, fugas, encontros com Nino Vieira e o 3.º homem mais rico do Paraguai e também com Roque Santa Cruz, ciclismo e a morte de Joaquim Agostinho. São 64 anos de vida, quase tantos como os episódios que conta nesta entrevista, como ele diz, sui generis
A ligação ao irmão [José Fonte], seis anos mais velho, é tão forte que Rui Fonte revela que a primeira vez que jogaram juntos, no Crystal Palace, em Inglaterra, nenhum dos dois desfrutou do momento tal era a preocupação um com o outro. Aos 30 anos e depois de passar por clubes como Sporting, Benfica, Belenenses, Arsenal, Espanyol, Fulham e Lille confessa-se feliz em Braga. Confirma ainda que recentemente pagou salários em atraso a dois funcionários de um clube, algo que já terá feito no passado
Areias fez ao filho o mesmo que o pai fez com ele: tornou-o sócio do FC Porto no dia em que nasceu. Aos 43 anos, não esconde não só a paixão pelo clube, onde trabalha agora como técnico-adjunto da formação, como confessa que as pernas ainda lhe tremem, do alto dos seus 1,89m, sempre que se cruza com Pinto da Costa. E recorda um título do Benfica, em 2005
Areias fez ao filho o mesmo que o pai fez com ele: tornou-o sócio do FC Porto no dia em que nasceu. Aos 43 anos, não esconde não só a paixão pelo clube, onde trabalha agora como técnico-adjunto da formação, como confessa que as pernas ainda lhe tremem, do alto dos seus 1,89m, sempre que se cruza com Pinto da Costa. E recorda um título do Benfica, em 2005. A Tribuna Expresso recupera os best of de 2020
Nandinho cresceu a conhecer as casas de fado, onde os pais trabalhavam, aprendeu sozinho a tocar piano e a ler, entretinha os turistas do Porto para ganhar alguns cobres e sonhava com um futuro no futebol. Começou no CD Candal, chegou ao Benfica e acabou por abandonar a carreira, diz ele, prematuramente. Voltou a estudar e tornou-se treinador, função que desempenha hoje em Espanha, na equipa B do Almería. Pelo meio viveu muitas histórias e aqui conta algumas, que metem bruxos, "trapadas", percebes, água com limão e um "malta"
Diogo Luís era um miúdo quando pediu ao pai para ser jogador. Cumpriu o sonho de se tornar profissional pelo clube do coração, o Benfica e foi pela mão de José Mourinho que se estreou na equipa principal. Mas houve uma altura em que perdeu a paixão pelo futebol e concluiu o plano B, o curso de Economia na Universidade Nova. Hoje, de pazes feitas com o futebol, já deixou a banca onde fez carreira depois de pendurar as chuteiras, é financial advisor numa sociedade gestora de património e comentador na Bola TV
A Paulo Costinha só lhe faltou representar o Benfica para fazer o pleno dos clubes mais emblemáticos de Lisboa e do Porto. Nunca se estreou pela seleção A, mas não se diz frustrado nem arrependido de nada. Hoje faz o que mais gosta na sua academia de futebol: passar aos mais novos o conhecimento e experiência de guarda-redes. E tem algumas histórias para contar, de calduços, de gente que o tratou mal no Sporting e do avançado mais temível que enfrentou
Após sete anos na formação do Benfica, Rogério Matias teve um início de carreira profissional difícil, com muitas lesões nos joelhos que quase lhe arruinaram a carreira. Agarrado ao sonho de menino, nunca desistiu. Viveu os momentos mais marcantes da carreira em Coimbra, no Campomaiorense e no Vitória de Guimarães, antes da passagem pela Bélgica e o final da carreira, no Rio Ave. Os cabelos compridos tornaram-se a sua imagem de marca e uma superstição contra lesões. Com imensas histórias para contar, só revela algumas, as divertidas, que metem desde cornetas de guerreiros e batuques no balneário, a pianos em aviões, hipnotismo e até cabelos rapados
Aos 41 anos, Paulo Ferreira, o "sacaninha" que começou a jogar nas ruas de Cascais e terminou a carreira de futebolista com duas Ligas dos Campeões, uma Taça UEFA e uma Liga Europa no currículo, desvenda um pouco o que passou a nível pessoal e desportivo para chegar onde chegou. Fala de Mourinho, Jesus, da tropa e da morte do pai
Desde um presidente que entra no balneário com uma mala e dois seguranças, aos berros de Jorge Jesus para 50 Cent, passando pela importância da avó paterna na ida para o estrangeiro, Gonçalo Brandão revela vários pormenores da sua carreira, que começou no clube do coração, o Belenenses, e passou por Inglaterra, Itália e Suíça, antes de regressar a casa. A uma semana de completar 34 anos, Gonçalo Brandão diz-se feliz na equipa B do FC Porto, onde é o jogador mais velho, e sonha com um futuro como treinador
Álvaro Magalhães iniciou a carreira de treinador no Lusitânia de Lourosa em 1994/95 e desde então já passou por clubes como o Santa Clara, onde diz ter revolucionado o futebol açoriano, o Gil Vicente, E. Amadora, Naval, Olhanense, CD Tondela, entre outros, mas foi no Benfica, como adjunto de Camacho e Trapattoni, que conquistou os maiores títulos. Acusado de ter mau feitio, diz antes que é disciplinado e exigente e que não merece estar sem trabalhar
Na primeira parte da entrevista, Álvaro Magalhães conta como foi entrar no balneário dos 'minhocas', na Luz, que ficava mesmo em frente ao dos 'cobras' - e o que isso significava para quem lá andava. E também percorre uma galeria de treinadores que foi apanhando no Benfica e noutros clubes, revela atos eleitorais questionáveis em tempos idos - e critica alguns colegas no caso Saltillo
Luís Filipe é dos poucos futebolistas que passou pelos três grandes (no FC Porto, só na formação) e o último a sagrar-se campeão por Sporting e Benfica. Tudo começou nos Marialvas, pelo meio, passou por Académica de Coimbra, SC Braga, U. Leiria, Marítimo, V. Guimarães e até Atlético de Madrid, antes de pendurar as botas após três anos no Olhanense. Com uma filha chamada Lua e um filho a jogar no Quarteirense, está há seis anos dedicado ao negócio das framboesas, no Algarve, mas pensa agora regressar ao futebol