Escreveu o primeiro texto sobre futebol aos 7 anos, quando a professora primária pediu uma redação de tema livre à turma. Daí até começar a esgueirar-se pela papelaria da terra para ler os desportivos à socapa foi um pequeno passo. Ainda tentou Direito, mas logo percebeu que aquela composição tinha o carimbo do destino. Estudou jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e, depois de uma passagem por Madrid, aterrou em Lisboa para estagiar no Record. Por lá ficou seis anos, até chegar ao Expresso em 2016. Mantém o sotaque do eixo Bairrada-Viseu-Porto e é capaz de fazer quilómetros por um bom arroz de cabidela, ainda que nenhum deles vá ser como o da sua mãe.
Chegou o fim da linha para Arsène Wenger, que deixa o Arsenal aos 68 anos, com três campeonatos, sete Taças de Inglaterra e sete Supertaças. Parece pouco (e talvez seja), mas o efeito do técnico gaulês nos gunners e no próprio futebol inglês mede-se muito para lá do currículo. Ele aterrou e foi a revolução: nos comportamentos, na forma de jogar, naquilo que foi a evolução de um campeonato que se tornou num produto global, uma evolução que acabou por vitimar o próprio seu mestre. Wenger não vai sair pela porta pequena, mas tão-pouco sai em ombros. Este texto foi originalmente publicado a 20 de abril de 2018
Chamem-lhe diva, egoísta, mas não se esqueçam dos cinco títulos, da tenacidade de chumbo, da frieza na hora de decidir, da ética de trabalho, do talento, da magia. Kobe Bryant despediu-se do basquetebol em abril com uma exibição arrasadora e ainda estamos de luto. No dia da morte de Kobe Bryant, a Tribuna Expresso relembra o último jogo do cinco vezes campeão da NBA
Ele aprendeu a ter cabeça e por isso hoje Lewis Hamilton pode ter tudo: pode estar num desfile de moda e pouco tempo depois chegar ao 5.º título mundial de Fórmula 1, feito que antes dele só outros dois homens haviam conseguido, Fangio e Schumacher. Porque aos 33 anos, Hamilton é um piloto e um homem melhorado, que deixou para trás o seu lado agressivo e impulsivo para se perguntar todos os dias onde é que ainda pode melhorar. E é por isso que mesmo num ano em que não tinha o melhor carro, o britânico continuou a ser o melhor ao volante
É uma das histórias mais inusitadas da nova temporada da NFL. Cornerback de 30 anos estava a fazer o seu segundo jogo pelos Buffalo Bills quando decidiu que, por ele, chegava. E nem esperou que o jogo frente aos Los Angeles Chargers acabasse: no intervalo, arrumou as suas trouxas e foi para casa
Quando toda a gente pensava que esta quinta-feira seria dia para Chris Froome atacar, voltou a ser o seu braço direito a brilhar na mais mítica das montanhas da Volta a França. Geraint Thomas tornou-se não só no primeiro britânico a vencer no Alpe d'Huez como o primeiro ciclista a fazê-lo vestido de amarelo
Dois anos após perder o Europeu frente ao pragmatismo português, a França pragmática e coletiva se tornou. Num jogo em que foi, essencialmente, muito eficaz a aproveitar os erros do adversário e a matar na hora certa, os gauleses sagraram-se campeões do Mundo pela segunda vez, 20 anos depois, após vencerem a Croácia por 4-2. Depois de Mandzukic marcar na própria baliza, apareceram as figuras: Griezmann, Pogba e Mbappé, o futuro que já é presente, o homem que fechou a contagem
Gostamos de desdenhar o jogo de atribuição do 3.º lugar do Mundial (e, aqui para nós, continua a ser meio dispensável), mas tal como em edições anteriores, Bélgica e Inglaterra deram um bom espectáculo, mostrando que por muito que a desilusão seja grande, a vontade de vencer continua a ser maior. Venceram os belgas, por 2-0, por serem uma equipa mais experiente e com mais talento. Os ingleses lá chegarão, têm tempo
Aos 44 anos, o treinador catalão, que nunca treinou no seu país, está muito perto de fazer história pela Bélgica no Mundial. Depois de deitar por terra o sonho brasileiro do "hexa" com uma abordagem tática que deixou meio mundo de boca aberta, para Roberto Martínez, um jogador mediano que aos 22 anos aceitou um convite que lhe mudou a vida, seguem-se as meias-finais com a França (às 19h, na RTP1 e Sport TV1)
Foi uma das surpresas da convocatória de Tite, ganhou o lugar no onze após a lesão de Danilo e manteve a confiança do selecionador quando o lateral ex-FC Porto recuperou. Fagner é um dos atores improváveis deste Brasil cheio de craques, mas o jogador do Corinthians podia não estar entre nós: aos 6 anos sofreu um acidente caricato que por pouco não o matou
Depois de Portugal e Inglaterra no Euro 2016, a Islândia voltou a surpreender um favorito numa grande competição. Nada mais, nada menos que a Argentina de Lionel Messi, que na estreia na Rússia não conseguiu mais que um empate (1-1) frente a uma muito bem organizada equipa nórdica. Foi uma surpresa, é certo, mas será cada vez menos