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Kun Agüero: o assassino profissional discreto e fatal que mudou a história do Manchester City (e mais 35 minutos de golos)
Nessa época de 2011/12, a primeira de Agüero no clube, o City chegou ao último jogo a precisar de ganhar em casa ao aflito Queen’s Park Rangers. A tarefa parecia fácil. Bastava carimbar. Mas nunca se deve menosprezar a força de uma maldição. A dois minutos do fim, o City perdia em casa e, com o United a triunfar no outro jogo, tudo indicava que a lendária boa estrela de Alex Ferguson e o eterno pé frio do segundo clube de Manchester iriam impor as suas regras. Depois, aconteceu futebol
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O golo fantasma de Ronaldo
"Já não me lembrava como era o futebol antes do VAR e da tecnologia da linha de golo. Que emoção! Assim vale a pena. É assunto para semanas, uma polémica para a história, as gerações vindouras hão de falar do monumental roubo de Belgrado", escreve Bruno Vieira Amaral
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O que se passou entre Sérgio Conceição e Paulo Sérgio é censurável, triste e vergonhoso? É, mas tenho um fraquinho por zaragatas e sururus
Duvido que o que aconteceu no Portimonense - FC Porto seja assim tão mau, como oiço alguns dizer, para o espetáculo. Pois nem todos os espetáculos são edificantes, que o digam os cristãos que eram servidos aos leões em Roma. Talvez seja essa a única maneira de a nossa Liga competir com as ligas mais poderosas: garantindo que todas as jornadas têm o seu sururu ou, para usar um eufemismo do jornalismo desportivo, “uma troca de palavras mais acesa” comentada por psicanalistas, especialistas em leitura de lábios e técnicos da APAV. Em alternativa, todas as jornadas poderiam ter o seu momento “As Tardes da Júlia” em que não destoariam o abraço filial e as lágrimas do jovem que ainda há duas semanas tinha quinze anos
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Sobre o fim de Ronaldo e Messi: para quem já foi um deus, ser apenas humano é uma despromoção imperdoável
É muito tentadora a ideia de ser o primeiro a decretar o fim de uma era. A pax cristiana e a pax messiana já duram há tanto tempo que, apesar de todo o brilhantismo individual, apesar de todos os títulos coletivos conquistados, há uma necessidade de mudança, o cansaço da repetição, todos os dias os mesmos filmes nos mesmos canais. E quando alguma coisa não lhes corre bem hordas de profetas tardios correm para as ruas – “o mundo acabou de acabar!” – esquecendo-se de que se o mundo tivesse acabado eles não estariam cá para o anunciar
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Waldschmidt: o alemão só vem a Portugal de férias, por solidariedade ou berrar ordens. Não vem “trabalhar”, no sentido marxista do termo
O jogador do Benfica deve sentir a melancólica agitação do ocidental cinematográfico rodeado de crianças asiáticas a tentarem vender-lhe pulseiras ou de cegos berberes que lhe puxam pela camisa e lhe lançam terríveis pragas ancestrais. Não tenham dúvidas de que é assim que o cérebro do jovem alemão traduz a algaraviada de Jorge Jesus. Ora bem, um homem nestas condições só pode ter cara de empréstimo
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Sérgio Oliveira reagiu como uma criança que deixou cair o gelado enquanto o colega ao lado se delicia com um Corneto
Ora, Sérgio, depois de um empate frustrante com sabor a derrota a última coisa que um jogador deve fazer é dizer o que lhe vai na alma. Isso é dar ainda mais sabor ao gelado do adversário. O Sporting tinha dez pontos de avanço, manteve os dez pontos de avanço e tentas amesquinhar o feito dos outros? Música para os ouvidos dos adeptos sportinguistas que, nesse momento, se sentiram autorizados a dançar ao som da vantagem
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Se eu fosse homem de apostas insólitas, estaria a comer a gravata, o chapéu ou a sola do sapato: quem diria que este Sporting seria campeão?
Parem de bater na madeira, caros sportinguistas. Não tapem os ouvidos. A realidade é a que é. Bem podem dizer que reservar o Marquês é coisa de benfiquistas com triunfalismo precoce, mas todos sabemos que só o pudor e a imaginação de um castigo sobrenatural, e talvez o respeito pelas regras de confinamento, vos impede de saírem à rua, agitarem os cachecóis e soltarem o grito amarrado na garganta há longos dezanove anos
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A falta que faz a moldura humana
"Sem a 'moldura humana' (como eu amo estas expressões radiofónicas de antanho), sem o dramatismo cénico da multidão e a banda sonora viva (não as emoções enlatadas que nos servem em algumas transmissões), o jogo é aquilo que dizia a minha avó: 22 dois marmanjos a correr atrás de uma bola", escreve Bruno Vieira Amaral
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Lembram-se desta? Quando Vieira se metia no elevador e descia das presidenciais alturas ao balneário? Cuidado com ele, até tremiam
E da estratégia do investir em tempos de crise, em contraciclo, ao contrário do que estavam a fazer todos os clubes europeus muito mais ricos do que o Benfica? Surpreendentemente, parece que não resultou. O que é que isto significa? Formação, Seixal, Florentino, Gedson, Camará, Gonçalo Ramos, sandes de courato, sumol de laranja, vivó Benfica!