Benfica garante que Vieira não é arguido
Apesar das buscas em casa do presidente e no Estádio da Luz, o clube nega que o número um dos encarnados seja suspeito formal do Operação Lex
30.01.2018 às 23h08
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O Benfica reagiu às noticias de Operação Lex, que fez 11 arguidos, incluindo cinco detenções. O clube, e ao contrário do que tem sido noticiado pela comunicação social, garante que Luís Filipe Vieira não é um dos arguidos do processo.
Ao final desta terça-feira, a Procuradoria Geral da Republica confirmava as detenções e número de arguidos, bem como os crimes que estão em causa - crimes de tráfico de influência, de corrupção/recebimento indevido de vantagem, de branqueamento e de fraude fiscal. No mesmo comunicado a PGR dava conta que entra os arguidos estavam “dois juízes desembargadores e um dirigente desportivo”, sem nunca citar nomes. Agora, o Benfica, e apesar das buscas que ocorreram em casa de Luís Filipe Vieira e no Estádio da Luz, nega que esse dirigente desportivo seja o presidente encarnado.
Segundo vários orgãos de comunicação, Vieira ter-se-á recusado a assinar o documento que formaliza a sua constituição como arguido. As buscas aconteceram no apartamento do presidente do Benfica em Algés, no mesmo condominío da casa do juíz desembargador Rui Rangel, que também foi alvo de buscas.
Em comunicado, o Benfica já confirmou a realização das buscas, mas sublinhou que a investigação “não tem por objeto” o clube.
Também ao final do dia, a TVI 24, avançou que um dos arguidos é o vice-presidente Fernando Tavares.De acordo com um comunicado da PJ, no total, foram alvo de buscas 33 locais, incluindo sete empresas e três escritórios de advogados, sendo um deles a sociedade do advogado Fernando Tavares, vice-presidente do Benfica e um dos nomes que fez parte da lista de candidatura de Rangel quando o juiz desembargador concorreu a presidente do clube em 2012. No Estádio da Luz, as buscas incidiram no seu gabinete.
Durante o dia foram detidas cinco pessoas. Entre eles estão um advogado, José Santos Martins; um filho deste; um oficial de justiça do Tribunal da Relação de Lisboa; e Rita Figueira, atual mulher de Rangel e mãe de uma filha do juiz. E foram constituídos como arguidos Rui Rangel, a sua ex-mulher Fátima Galante, também juíza desembargadora, e Luís Filipe Vieira.
Segundo a TVI, Luís Filipe Vieira terá contactado o juiz desembargador para interceder pelos interesses do filho do presidente encarnado, que teria problemas com os impostos. Em declarações à CMTV, João Correia, advogado do Benfica, assegurou que a operação policial “não afeta a imagem do clube” e referiu-se a uma alegada “mão” que estará por trás de diversos processos judiciais de que o Benfica tem sido alvo nos últimos meses. “Nem tudo tem uma justificação para o que está a ser feito. Há uma perseguição ostensiva ao Benfica”. Ainda de acordo com o advogado, o “tiro ao alvo” contra o clube “é muito fácil” por parte “de alguns sectores do Ministério Público”.
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