Tribunal afasta juiz benfiquista do caso Rui Pinto. Margarida Alves, que mandou Duarte Lima para a prisão, é a substituta
Tribunal da Relação de Lisboa decidiu deferir o pedido de escusa do juiz Paulo Registo e afastou-o do caso do alegado hacker
27.05.2020 às 13h33

Horacio Villalobos
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O Tribunal da Relação de Lisboa deferiu o pedido do juiz Paulo Registo para ser afastado do processo do alegado hacker Rui Pinto, responsável pela plataforma Football Leaks e Luanda Leaks. Em sua substituição, entra a juíza Margarida Alves, que enviou Duarte Lima para a prisão no âmbito do caso Homeland.
Registo solicitara o afastamento depois de terem surgido denúncias nas redes sociais de que teria posto like em algumas publicações que chamavam “pirata” a Rui Pinto e Ana “Heroína” Gomes à ex-eurodeputada e uma das defensoras do denunciante; o juiz também terá manifestado o seu benfiquismo noutras publicações. Recorde-se que Paulo Registo, por outro lado, também faz parte do coletivo de juízes que irá julgar o caso e-toupeira, que envolve o ex-assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves.
Na altura, num despacho, Registo pediu ao Tribunal da Relação de Lisboa para decidir se tinha condições para julgar o caso em que Rui Pinto é acusado de mais de 90 crimes, entre os quais o de tentativa de extorsão de invasão do sistema informático de várias entidades, uma delas o Benfica.
O outro caso
Sobre o processo Rui Pinto, a defesa de Rui Pinto também pedira o afastamento de Helena Leitão, outra juíza que pertencia ao elenco do coletivo responsável por julgar o alegado hacker. O facto de ser cliente do advogado João Medeiros, a quem Rui Pinto terá roubado todo o correio eletrónico, esteve na base dos defensores do denunciante. Helena Leitão, todavia, considera que esta ligação profissional não é suficiente para pôr em causa a sua imparcialidade. Este pedido ainda está a ser analisado pelo Tribunal de Relação de Lisboa.
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