Portimão está a um passo da F1. O caminho começou há dois anos
O objetivo sempre foi ‘roubar’ os testes de inverno a Barcelona, mas quando os cancelamentos de provas devido à covid-19 começaram, o Autódromo do Algarve estava preparado. E, 24 anos depois, Portugal pode voltar a ter F1. Este domingo, o Mundial começa na Áustria (14h10, Eleven)
05.07.2020 às 12h14

O Mundial 2020 começou este fim de semana na Áustria
Dan Istitene - Formula 1
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Horas depois das primeiras declarações públicas de Ross Brawn, diretor desportivo da F1, a colocar Portimão numa shortlist de circuitos que poderiam fazer parte do calendário revisto de 2020, o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) recebeu uma chamada do Porto. Atendeu uma das funcionárias do circuito. “Menina, dê-me o vosso NIB para eu fazer uma transferência de cinco mil euros e depois vocês logo me dizem a quantos bilhetes isso dá direito.” A história é-nos contada por Paulo Pinheiro, CEO da pista algarvia, em jeito de curiosidade, mas também para mostrar algo que não mudou nos 24 anos em que a principal disciplina do desporto automóvel deixou de visitar o nosso país: os portugueses continuam apaixonados pela F1.
A hipótese é muito forte. Zak Brown, diretor da McLaren, já disse para quem o quisesse ouvir que os “pilotos iriam adorar correr em Portimão”. Esteban Ocon, piloto francês da Renault, admitiu andar a treinar o traçado algarvio no simulador. A decisão deverá conhecer-se nos próximos dias e, a chegarem boas notícias, o GP de Portugal não será apenas fruto da ocasião — e por ocasião leia-se a volta que o calendário de 2020 da F1 levou às custas da pandemia de covid-19 —, mas sim um trabalho de bastidores que não tem semanas, nem meses, mas sim anos.
“Há dois anos iniciámos contactos com a Liberty [proprietária do Formula One Group] no sentido de propormos a nossa pista para testes e para o caso de as corridas começarem a ser feitas em moldes diferentes”, explica-nos Paulo Pinheiro. Os tais moldes da F1 atual explicam-se com dinheiro, muito dinheiro, e estão bem longe da realidade de um país como Portugal — receber uma corrida custa, por estes dias, entre “30 a 40 milhões de dólares”.
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