A carta de Rashford ao parlamento pôs as coisas a mexer: governo de Boris Johnson financia refeições de 1,3 milhões de crianças
Inicialmente, o governo resistiu, mas hoje o porta-voz do primeiro-ministro revelou que vai pagar vales-refeição a 1,3 milhões de crianças em Inglaterra de famílias com rendimentos baixos e que normalmente beneficiam de refeições escolares gratuitas. O custo está estimado em cerca de 15 libras (17 euros) por semana, somando no total 120 milhões de libras (135 milhões de euros)
16.06.2020 às 15h06

Simon Stacpoole/Offside
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O governo de Boris Johnson cedeu à pressão de uma campanha liderada pelo futebolista Marcus Rashford e anunciou hoje que vai financiar as refeições de 1,3 milhões de crianças em Inglaterra durante as férias escolares de verão.
Inicialmente, o governo resistiu, mas hoje o porta-voz do primeiro-ministro revelou que vai pagar vales-refeição a 1,3 milhões de crianças em Inglaterra de famílias com rendimentos baixos e que normalmente beneficiam de refeições escolares gratuitas.
O custo está estimado em cerca de 15 libras (17 euros) por semana, somando no total 120 milhões de libras (135 milhões de euros).
O porta-voz de Johnson, James Slack, disse que “o primeiro-ministro percebe perfeitamente que crianças e pais enfrentam uma situação totalmente sem precedentes" por causa da pandemia de covid-19 e do confinamento em todo o país.
Apesar de ter o apoio de políticos e de outras figuras públicas, a campanha foi protagonizada por Marcus Rashford devido à experiência pessoal do futebolista internacional de 22 anos e avançado no Manchester United, que necessitou de apoio social e recorreu a bancos alimentares quando era criança.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, anunciou que hoje que a medida também será aplicada na Escócia, enquanto que o País de Gales já tinha prometido em abril continuar a financiar refeições escolares gratuitas para crianças elegíveis durante as férias de verão.
O Reino Unido é o país com o terceiro maior número de mortes (41.736), a seguir aos Estados Unidos (116.127) e Brasil (43.959).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 436 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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