Sport TV pede €7 milhões à TVI em tribunal por causa do Euro 2020
TVI comprou à Sport TV a transmissão exclusiva dos jogos do Euro2020. O evento não aconteceu nas datas previstas. E vem daí o processo judicial
02.10.2020 às 11h47

Nuno Ferreira Pires, presidente da Sport TV
MIGUEL A. LOPES
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Não é só nas transferências de jogadores entre clubes de futebol que há grandes quantias envolvidas. Também há processos judiciais relacionados com o futebol milionários, incluindo em Portugal. E, neste caso, entre empresas de comunicação social.
A Sport TV colocou um processo judicial contra a TVI em que pede o pagamento de 7 milhões de euros. Em causa está, segundo apurou o Expresso junto de fontes conhecedoras do caso, o Euro 2020, evento desportivo que não se chegou a realizar nas datas pretendidas.
A ação judicial deu entrada no juízo central cível de Lisboa esta segunda-feira, 28 de setembro. No Citius, onde consta a informação, não é identificada oficialmente a razão. Mas o Expresso sabe que tudo se prende com esse campeonato.
Este ano, o canal de Queluz de Baixo e a Sport TV, liderada por Nuno Ferreira Pires (na foto), tinham chegado a acordo para que a primeira transmitisse em exclusivo os 22 jogos do Euro 2020, que iria ocorrer em 12 cidades da Europa, de Roma a Londres.
O campeonato iria realizar-se entre junho e julho, mas acabou cancelado por conta da pandemia de covid-19, tendo em conta o rastilho de contaminações possíveis num evento do género. Ou melhor, acabou adiado, para o próximo ano.
Havendo um evento no próximo ano, os direitos de transmissão do Euro2020 em 2021 foram colocados em concurso pela Sport TV, que reivindica que a TVI tem de pagar a importância acordada pelo evento de 2020, que não aconteceu. Em Queluz de Baixo, a crença é de que o processo não terá pernas para andar, mas oficialmente ninguém quis falar.
Este é mais um problema para os serviços jurídicos da Media Capital resolverem, que já estão obrigados a lidar com inúmeras ações na justiça, num montante global superior a 10 milhões de euros, ligados a difamação, liberdade de imprensa, responsabilidade civil e ações regulatórias.
Contactados pelo Expresso para falar sobre o processo e darem mais pormenores sobre a ação, nem a Sport TV – detida, em partes iguais, pela NOS, Vodafone, Meo e pela Olivedesportos, de Joaquim Oliveira – nem a Media Capital – que se prepara para ficar nas mãos de um grupo de investidores, de Mário Ferreira a Cristina Ferreira passando por Pedro Abrunhosa e Tony Carreira – responderam.