Swansea desaparece das redes sociais durante uma semana após ataques racistas a três jogadores (e pede mudanças ao Twitter e ao Facebook)
A posição de força não se limita às redes sociais oficiais do clube: jogadores e staff das equipas masculinas e femininas acordaram em conjunto não fazer qualquer publicação na próxima semana, em protesto contra o discurso de ódio. O Swansea enviou ainda cartas ao Twitter e ao Facebook pedindo medidas mudanças
08.04.2021 às 13h34

Athena Pictures/Getty
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O Swansea, clube do Championship, a 2.ª divisão inglesa, vai ficar em silêncio nas redes sociais durante uma semana, uma posição de força da equipa galesa depois de três jogadores da equipa terem sido alvo de ataques racistas nas últimas semanas.
O boicote começa às 17h desta quinta-feira e não estará limitado aos canais oficiais do clube: os jogadores da equipa principal, dos sub-23 e sub-18, da equipa feminina e staff técnico acordaram em conjunto não fazer qualquer publicação nas suas redes sociais durante os próximos sete dias.
“Temos visto muitos dos nossos jogadores serem alvo de aberrantes ataques nas últimas sete semanas e sentimos que o certo é enfrentarmos juntos estes comportamentos que são uma praga no nosso desporto e na nossa sociedade como um todo”, pode ler-se num comunicado do clube colocado no site oficial.
“Enquanto clube, temos noção como as redes sociais podem ter impacto na saúde mental dos jogadores e do staff e esperamos que a nossa atitude possa colocar um foco nos efeitos destes abusos”, escreve ainda o Swansea.
O Swansea revela ainda no comunicado que enviou cartas a Jack Dorsey e Mark Zuckerberg, fundadores e líderes do Twitter e Facebook, respetivamente, pedindo medidas mais estritas e punições para os abusadores.
“Três dos elementos da nossa equipa foram atacados com motivos raciais nas últimas semanas e nós, enquanto equipa e clube, queremos tomar esta atitude, chamando a atenção daqueles que estão à frente destas companhias para que implementem a mudança que é necessária agora e para o futuro”, diz o capitão do Swansea, Matt Grimes.
Esta decisão do Swansea surge dias depois de Thierry Henry apagar todas as suas páginas, em protesto contra os abusos racistas e o discurso de ódio que se tornou banal nas redes sociais.
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