O FC Porto finalmente marcou e o desenho que se impõe agora é este
Marafona defendeu quase tudo e ia ser o homem do jogo - só que não aguentou, aos 90'+5', com um momento de magia de um miúdo chamado Rui Pedro, que deu a vitória ao FC Porto frente ao Sporting de Braga (e nós fizemos um desenho para mostrar isto tudo)
03.12.2016 às 22h55

MIGUEL RIOPA/GETTY
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Desenhos há muitos e (pseudo) artistas também (para confirmar esta teoria, basta passar diretamente para o final deste texto). O problema é que a linha que separa um génio de um louco é muito fina e, muitas vezes, no futebol, a diferença entre um e outro está única e exclusivamente nos resultados. Se o FC Porto ganhasse, esta noite, ao Sporting de Braga, os adeptos provavelmente veriam com novos olhos os desenhos de Nuno Espírito Santo (estes AQUI e estes AQUI) - como também vêem bem no museu portista uns certos rabiscos de André Villas-Boas, antes de um jogo abençoado na Luz.
É uma forma incomum de fazer passar uma mensagem, sim, mas a coisa até pode funcionar e parecer estranha ao mesmo tempo, certo? Como aquela vez em que Guardiola mostrou um vídeo com imagens do filme "Gladiador", por exemplo (AQUI). E aí poderíamos ouvir na bancada dos Super Dragões - que hoje festejaram 30 anos de existência - qualquer coisa como "este tipo (morcão?) é um génio".
Só que, voltando ao início e à tal linha, nem tudo o que reluz é ouro e nem tudo o que nos faz esbugalhar os olhos tem sentido. Depois do quinto empate consecutivo - quatro sem golos -, Nuno voltou a puxar do marcador para desenhar no quadro o que é o jogo do FC Porto e a verdade é que, em caso de derrota ou novo empate, o treinador portista sabia que iria ouvir (novas) críticas valentes dos adeptos.
Com apenas uma troca no onze habitual - saiu Alex Telles para entrar Layún -, o FC Porto começou e acabou por cima do Sporting de Braga de José Peseiro, mas, mais uma vez, teve muitas dificuldades em concretizar com eficácia. Nem com a baliza aberta (Jota), nem em frente ao guarda-redes (Óliver), nem sequer de penálti (André Silva - com Artur Jorge a ser expulso aos 35', por agarrar o avançado portista).
Houve uma bola ao poste (Danilo) e outras que até entraram na baliza (Jota e Herrera), mas em fora de jogo. Ali a meio da 2ª parte, já com o Braga claramente apenas a tentar defender o resultado - fruto da inferioridade numérica -, o FC Porto ultrapassava a triste marca de 500 minutos sem golos - o último tinha sido o de Jota, frente ao Benfica.
Nuno apostava tudo no ataque e, novamente entre os epítetos de génio e de louco, tirava Óliver e Layún e metia em campo Herrera e Rui Pedro, o puto de 18 anos da formação que se tinha estreado contra o Belenenses, para a Taça da Liga. Os adeptos desesperavam com os falhanços consecutivos, mas havia que notar a grande exibição do guarda-redes Marafona, que defendeu praticamente tudo o que havia para defender.
Só não defendeu um momento de génio de dois miúdos: Jota, de 19 anos, que isolou com um passe acrobático Rui Pedro, de 18 anos, que se estreou na Liga com um belo golo.
Nuno entrou em campo, Luís Gonçalves chorou e o Dragão vibrou. O FC Porto está de volta - a dois pontos do Sporting e a quatro do Benfica. Ou, por outras palavras - quer dizer, rabiscos: agradeçam a Rui Pedro.

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