O surf está suspenso até julho. Em 2021 haverá um novo formato para decidir os campeões mundiais
Não haverá qualquer prova de surf a realizar-se no mundo, pelo menos, até ao fim de junho. A World Surf League anunciou, esta terça-feira, que decidiu suspender ou cancelar todos os eventos que estavam previstos, o que inclui o Oi Rio Pro, etapa brasileira do circuito. E, inspirando-se no título mundial de Ítalo Ferreira que foi decidido no último heat do ano, a WSL também decidiu criar uma nova forma de definir quem serão os campeões do mundo
28.04.2020 às 16h26

Damien Poullenot/Getty
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Pelo menos até julho continuará a não haver quaisquer competições de surf no mundo que sejam organizadas pela World Surf League (WSL). A entidade revelou, esta terça-feira, que decidiu prolongar a suspensão ou o cancelamento de todas as provas "ao longo de junho", ou seja, a etapa do Rio de Janeiro do circuito mundial de surf não se realizará, nem as duas provas (nos EUA e na África do Sul) do circuito de qualificação.
Mais para a frente, tudo é uma incógnita. "Quando e onde vamos ter provas este ano ainda é uma pergunta em aberto. O estado de situação de todos os nossos eventos de 2020 ainda é desconhecido", lamentou Erik Logan, o CEO da WSL, num vídeo com cerca de oito minutos no qual revelou a decisão e explicou o que está em causa. "O que sabemos é que quando for possível termos provas a decorrerem de forma segura, vamos concretizá-las", resumiu, enigmático e esclarecendo nada.
Para já, como tanto tempo longe de mar, a WSL puxou pela cabeça, matutou e resolveu "acelerar" algumas mudanças.
Em 2021, a entidade vai mudar o formato em que o título mundial passará a ser decidido, inspirada pelo mediatismo e pela histeria "palpáveis" em torno da decisão do último campeão. Em dezembro do ano passado, as contas e os pontos fizeram com que a coroa fosse disputada entre Ítalo Ferreira e Gabriel Medina na final do último evento do circuito, em Pipeline, no Havai.
Acabaria por ser "o heat mais consumido de sempre", mas por vários motivos - eram dois surfistas brasileiros, um deles nunca ganhara um título mundial, era a derradeira bateria do ano, era o clímax de uma rivalidade saudável. "Fomos felizes por todos os elementos se reuniram para tal", resumiu, em suma, Erik Logan.
Mas, a partir do próximo ano, os títulos mundiais masculino e feminino serão decididos "na água", determinados por "um único dia de competição", que será o último da temporada. Como? Erik Logan diz que, em julho, a WSL divulgará mais pormenores, explicando apenas que os e as surfistas que estejam no topo do ranking vão competir uns contra os outros. O novo formato é fruto de "uma colaboração entre os surfistas e os nossos parceiros com a WSL".
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